quarta-feira, 11 de março de 2009

Roda gigante

Por Viveca Santana

Me deixa descer
dessa roda gigante
não tem arco
nem barco
que me leve a cair

É meu o apelo
do zelo
do encontro
de todo desconto
das coisas pra ter

Me deixa descer
ter vento no rosto
escutar passarinho
ouvir bem de manso
o jeito do mar

Me deixa descer
sentir com o gosto
a graça do toque
de pôr pés no chão

Descobrir a delícia
das coisas mundanas
do gozo
do cheiro
de um cafuné

Me leva sem trégua
sem costume
descalço
sem a cor do negrume
da vida por lá

Só não me deixa sozinho
(a vida lá sei que é dura)
sem prosa
sem verso
e demora a passar

Sei do tal desencontro
do impulso
do excesso do gesto
da dor que a vida dá

Mas quero assim mesmo
o aperto do abraço
o laço
o acaso
que a gente se prendeu

10 comentários:

Balanço Pop Ladeira disse...

Humm..é só colo,prêta..haha

Marcos Siqueira disse...

Então essa é a versão valendo!? Pode mandar ver!?

beijo!

Anônimo disse...

dá-lhe vizeca espanca lispector...

Laert disse...

Excelente Veca.
Drummond se orgulharia de você.
Bj.

p. disse...

Que bonito.
Gostei. :)

Anônimo disse...

muito boa, vi, se essa é a primeira, imagino as pérolas que virão! Continue, garota, vc leva jeito. Grande beijo, c.

Anônimo disse...

Gostei miga... muito linda a poesia

brown bunny disse...

Oi Viveca,
que lindo isso!
adorei tudo aqui e virei fã.
muito legal seu blog.

ps. amo kings of convenience!

um bjo
Pat (lado B)

Anônimo disse...

"Mas quero assim mesmo
o aperto do abraço
o laço
o acaso
que a gente se prendeu"

É o que eu ando querendo também. Absurdamente.

Anônimo disse...

ei, nem sabia das suas palavras! que bonito.