segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Confete e serpentina

Por Viveca Santana

Ainda bem que o Carnaval de Salvador acabou.
Tempo de elitismo e bom palco para os Globais que esquecidos, procuram por uma aparição gratuita na TV.
A verdade é que eu não tinha lugar mais para me esconder de uma festa que obriga até a quem não gosta, assistir. Obviamente serei execrada pelo meu comentário, há quem goste e eu respeito, mas como não concordar que uma festa considerada popular reduziu-se a um espaço de Mídia, um lugar para a exclusão, para ganhar dinheiro e escutar gerundismos e o comentários descabidos?
Darwin adoraria ver sua Seleção Natural se comprovando de maneira tão explícita.

9 comentários:

Anônimo disse...

concordo. Não passa de mais uma comercialização do espaço público e ver o que era o carnaval das antigas (pessoas se reunindo para se divertir)se tornou algo tão ridiculo, é muito triste. Mas não é só por ai que se vê esse tipo de coisa, as raves , que eu por exemplo adoro, tinham , no começo o objetivo de reunir pessoas para se divertirem e reivindicar pelos seus direitos de utilização do espaço público...Hoje tbm é só mais uma festa de boyzinhos e olha que eu frequento por falta de opção.

Anônimo disse...

Vivi,
primeiro gostaria de dizer que amei o seu novo design viu?! ficou lindo!!
agora vamos aos comments... bem, eu concordo com você sabe vi?! já gostei muito de carnaval / micareta, hoje em dia é apenas mais um Marketing, elitismo, e vários momentos de barbaries, tal como roubo, mortes,..., antes as pessoas sabiam se reunir para divertir com mais alegria, mais paz, hj, é o que é...
Quantos as raves, como a manuela comentou acima, de certa forma concordo com ela, tipo no Arraial, algumas raves eram realmente raves de verdade, outras só haviam playboys metidos a porcaria... Já aqui na minha cidade, 90% das pessoas que resolveram que rave é estilo do momento, são crianças, playboys e pattys que não tem nada na cabeça, mas querem se mostrar completamente IN na moda... Sendo que, para pessoas que, modéstia parte minha eu estou inclusa, sabem o significado de uma rave, daquele momento maravilhoso, entre você e o seu mundo, a cada batida, a cada som que há naquela mistura que lhe envolve de tal maneira inexplicável... uma rave é maravilhosa... porém, hj só vou pq realmente não tenho outra opção!
Beijos e se cuida galega!!!

Anônimo disse...

soda, mais caústica do que nunca...

Anônimo disse...

viveca,
acho que eu sou o único aqui que entra pra polemizar né? mas vamus lá, alguém tem que fazer o trabalho sujo.

é o seguinte... esse ano, após 5 anos de distância, resolvi ficar aqui mesmo durante o carnaval. e daí pude chegar a algumas conclusiones.

em primeiro lugar, é muito fácil ficar de longe, sem se dar ao trabalho (ou risco né?) de ir pra rua e ver o que é que tá rolando de verdade, e meter o pau no carnaval. curti os 6 dias aqui, de boa, seguindo trio independente e trio de bloco da barra até ondina. só vi uma briga proximo a mim, mas sem grandes complicações. tá, vc tem que ter uma noção do esquema tático a ser seguido, se eu fosse turista talvez me desse mal. mas o fato é que fui pra o farol da barra e vi uma cacetada de blocos e trios independentes saindo na maior tranquilidade do mundo. juro pra vc. até eu não acreditei de tão tranquilo que tava. a unica vez que passei aperto foi lá em ondina quando resolvi tentar entrar no famoso "beco de ondina". então eu entendo como uma grande farsa essa história de que o carnaval se tornou uma festa só pra que tem dinheiro e blá blá blá. velho, não gastei um real com abada nem camarote nem porra nenhuma dessas, me diverti pra caralho, não fui assaltado, não apanhei (nem da polícia nem de folião briguento) e nem fiquei traumatizado. foi tudo lindo. mas tem algumas outras coisas que precisam ser ditas.

vivemos num país que utiliza o modo de produção capitalista né? alguém tem que bancar as bandas. a galera queria que o governo (em qualquer de suas instancias) fosse o pratrocinador da festa e pagasse pra as bandas tocarem em trios sem cordas pra o povo? essas mesmas bandas que a gente cansa de criticar e dizer que são tudo uma merda? sei não, acho meio ruim isso.

segui armandinho, gilberto gil, fat boy slim... todas as atrações que eu queria ver eu vi. e com traquilidade. e falo isso do posto de quem passou alguns anos recentes só falando mal do carnaval, dizendo que não valia a pena e tal. mas quando retomei coragem de ir pra rua, vi que a realidade é bem outra.

quanto à questão das reves, eu queria entender o que é que há de errado com a invasão de playboys, patys e etc. eu tinha uma banda de rock (na época que eu gostava de rock hahahahaha) e costumava dizer pra meus colegas de banda: galera, a gente não pode ficar se prendendo ao público do rock não! se os mauicinhos gostarem da banda e vierem pro show, massa. é bom que as pessoas vão começando a ouvir outras coisas, de repente o mauricinho que só ouvia harmonia do samba vai passar a ouvir a gente tb, vai abrir or ouvidos e tal... acho essa onda de se preocupar com a "invasão" de pessoas diferentes uma coisa meio feia, meio de panelinha, saca? viva diversidade! vamus tentar aprender a conviver na diferença! acho que é isso que importa no final.

ah, viveca, aí vai uma cutucada pra vc tb: pq que nas suas recomendações de discos é tão difícil achar algumas coisa brasileira? vamu abrir os ouvidos aê. rock é legal, pá, massa. mas de repente outras praias tb precisam ser navegadas.

beiju querida!!
:D

Anônimo disse...

Iiiiih, pegou no meu ponto fraco...

Vou lhe poupar de postar "Só as cabeças", "Olho de Thundera" e afins e dizer apenas que estou morrendo de saudades!!! Ninguém é perfeito, Rata, mas eu te adoro (espero que isso sirva)!

Anônimo disse...

bom, esse carnaval foi diferente pra mim. esse ano eu saí em cima do trio, foi na sexta, e o único dia que saí. dali de cima a violência é tão absurda, evidenciada e escancarada pra todo lado que vc não consegue deixar de ficar boquiaberto.

vi voadoras, cadeiras voando e, em certo momento, próximo à praça castro alves, havia cerca de 30 pessoas envolvidas numa briga, em meio a policiais distribuindo cassetetes, tentando em vão manter algum controle.

ao sair do trio tivemos a sorte da minha namorada ter muita cara de pau e pedir a um destacamento que nos escoltasse até o elevador lacerda, já que andar aqueles 50 metros, mesmo em grupo, era evidente risco de vida.

é dureza, é algo muito horrível mesmo o que essa terra faz de uma festa e é uma tremenda hipocrisia dizer que não há violência ou que não se vê. só de olhos bem fechados mesmo.

e o que me deixou ainda um pouco mais triste foi conversar com uma amiga do rio e ela me mostrar fotos. FOTOS! alguém aí tem fotos do carnaval? como uma festa na qual se tem de sair de casa sem a carteira pode ser boa? pode ser boa uma festa na qual sair de mãos dadas com a namorada é pôr a vida em risco?

é uma grande palhaçada e histeria coletiva essa grande merda na qual tem alguns enchendo o rabo de dinheiro, inúmeros catando latinha e um bando de bobos-alegres pulando atrás de músicas que beiram o retardo mental.

petético é pouco.

Anônimo disse...

querido (ou querida, não sei) m. patton e demais amiguinhos,

chô perguntar uma coisa: pra vc, qual é a melhor solução, dadas as condições da realidade atual?
1. acabar com o carnaval
2. modificar, acabando com as cordas e botando o governo pra bancar tudo, "democratizando" a festa
3. transformar tudo numa festa fechada pra acabar com os bagunceiros briguentos e pobres que tem lá
4. deixar do jeito que está e se manter longe, só jogando pedra
5. aumentar o efetivo policial até que exista um policial para cada folião
6. começar uma campanha de esvaziamento do carnaval, convencendo as pessoas que aquilo não é divertido
7. outra alternativa: ______________

brincadeiras à parte isso é sério. o carnaval existe e é uma realidade. tem um milhão de problemas, tem sim senhor. mas e as soluções pra melhorar? se alguém tiver, acho que cabe expor.

volto a dizer, sempre critiquei o carnaval e acho que cabe continuar. mas acho tb que cabe dialogar, propor algo. será que transformar em algo descentralizado (de verdade), como é em recife pode ser uma solução? será que acabar com as cordas a manter só os camarotes pra quem não quiser se misturar? e de onde virá a grana pra pagar as banda? tem gente se fartando de dinheiro? tem sim senhor! tem bloco que não paga porra nenhuma de imposto e só com os patrocínios paga a atração; ou seja, a venda de abadás é lucro líquido! mas vamus propor. cada um com uma idéia, pode ser que a gente formule algo de útil. se nossas propostas vão ser ouvidas/levadas em consideração, são outros quinhentos. mas tem que começar pensando. sempre.

abraço a todos

Anônimo disse...

adooooooooooooorooooo!!!!

Vive, so passei pra dar uma olhadinha...
bjosssss

Anônimo disse...

Neste post eu vou ter que discordar...afinal ninguém é perfeito! Carnaval foi muuuuuito bom! Te adoro amiga!