sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Die, Die My Darling
Eu disse que voltaria, que escreveria alguma coisa, mas não posso deixar de comentar o show do Metallica aqui no Brasil, postando uma das minhas músicas preferidas (além de Master of Puppets, Fuel, One e Enter Sandman).
Não irei, mas certamente me arrependo quando penso que será um dos melhores shows de 2010.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Tô Voltando...
Composição: Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar
Porque eu tô voltando
Dá uma geral, faz um bom defumador
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, tá calor
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando
....
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar
Quero lá, lá, lá, ia, porque eu tô voltando.
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar
Porque eu tô voltando
Dá uma geral, faz um bom defumador
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, tá calor
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando
....
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar
Quero lá, lá, lá, ia, porque eu tô voltando.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
Vazio
Por Viveca Santana
Por dentro um vazio cerrado, as cortinas entreabertas com uma cor de carne exposta. Respirando, o vazio saia em partes, abafado e com um som de assovio, saía e voltava a ser vazio lá dentro, não tinha dor, não tinha amor, não tinha nada.
Por dentro um vazio cerrado, as cortinas entreabertas com uma cor de carne exposta. Respirando, o vazio saia em partes, abafado e com um som de assovio, saía e voltava a ser vazio lá dentro, não tinha dor, não tinha amor, não tinha nada.
O teto que olhava com as mãos sobrepostas no peito, ainda era descascado e sem a tinta que ela já devia ter providenciado faz tempo: tinha mofo e algumas formigas seguindo seu caminho infinito.
A casa era rarefeita com o ar que ela soprava todas as tardes e, suspensa naquele calor escaldante dela e do quarto, ouvia os barulhinhos de si como cigarras interrompidas.
O coração batia mais forte, a respiração empurrava o corpo tenso, afundava comprimindo a barriga magra.
O silêncio persistia, repetido, como se juntasse cacos espalhados e enchesse suas mãos, que antes só guardavam lembranças e retalhos dos outros.
O silêncio persistia, repetido, como se juntasse cacos espalhados e enchesse suas mãos, que antes só guardavam lembranças e retalhos dos outros.
Tinha que entender a desordem, endireitar os cabelos, espantar as cigarras pro sol. Andar pra longe que nem as formigas.
Pensou em como suportou a felicidade sem doer e como conseguiria arrebatar a tristeza encravada em sua pupila. A força do tempo já a empurrava depressa pros 30.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Pensamentos de ordem patológica

Caixas de tarja preta, lenços embrulhados ao lado da cama, sonhos encarcerados, guilhotinados embaixo dos travesseiros, lembranças esgarçadas aos montes entre suspiros, vícios, rabiscos de cadernos, gosto de lágrima quando passo a ponta da língua em volta dos lábios, aquele cheiro de mofo de quem ficou dias presa em casa, mão no peito, mão no rosto, unhas desfeitas, refluxo, estômago dolorido das ressacas, o corpo moído da idade que vem cavalgando atrás de mim, eu ainda de camisola, esperando a vida passar por perto.
foto: Vinicius Xavier
sábado, 12 de setembro de 2009
domingo, 6 de setembro de 2009
A dor
Por Viveca Santana
Era só mais uma dor, para calejar a sua pele pálida e tornar ela mais dura e fria do que já era.
Era só mais uma dor, para calejar a sua pele pálida e tornar ela mais dura e fria do que já era.
Era mais um alfinete, destes de pontas coloridas, que atravessavam suas costas, do lado do peito, um pouco dos olhos, que ainda lacrimejavam um pouco, mas eram bem menos que antes.
Ela já sabia.
Acostumou-se com a dor que vinha sempre assim, homeopática, devagar, mas vinha em algum momento do dia, do mês ou do ano.
Muitas vezes nem esperava mais, ela viria mesmo que não quisesse - arrasadora, inerte e dolorida.
Haviam os momentos que achou que havia se livrado dos alfinetes, das palpitações, da boca seca e da falta de ar, mas a dor sempre surgia nos momentos mais inoportunos, levando ela pelos pulsos cheios de hematomas, segurando com um pouco de bondade, ela sempre disponível. Aceitava as pedras duras, que tentava arrastar com os pés descalços, para algum lugar: não haviam remédios, flores, doces ou afagos que afastassem os encontros dela com a dor, porque a dor ainda se divertia com o sorriso e a fraqueza dela.
Mesmo machucada de corpo inteiro, ainda acreditava que qualquer dia não sentiria mais nada, as feridas iriam cicatrizar e a dor cansada da rotina e das pedras que ela cansava de carregar pro mesmo lugar, não viria mais.
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