Caixas de tarja preta, lenços embrulhados ao lado da cama, sonhos encarcerados, guilhotinados embaixo dos travesseiros, lembranças esgarçadas aos montes entre suspiros, vícios, rabiscos de cadernos, gosto de lágrima quando passo a ponta da língua em volta dos lábios, aquele cheiro de mofo de quem ficou dias presa em casa, mão no peito, mão no rosto, unhas desfeitas, refluxo, estômago dolorido das ressacas, o corpo moído da idade que vem cavalgando atrás de mim, eu ainda de camisola, esperando a vida passar por perto.
foto: Vinicius Xavier
3 comentários:
se não pular na vida, ela vai passar a revelia da expectativa criada.
bjkas linda.=)
A vida tá sempre por aí de passagem, e o perto é apenas questão de tempo. Beijo, Menina Vi.
patologicamente sensacional.
abração, soda
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