quinta-feira, 17 de maio de 2007

Autismos.

Por Viveca Santana


Escrevia como se gritasse consigo mesma
Rabiscava o papel rapidamente, ía e voltava em pensamentos, saturava.
Havia dias em que não conseguia emitir uma palavra dita, não ouvia nada que não interessasse
Afundava naquele mundo seu, mesmo que colorido, mas com cores que ela não conseguia tocar.
E rabiscava tudo, desenhava histórias confusas e rasgava de novo.
Era como se elas fugissem dela, não quisessem se sufocar nas mãos nervosas
Aqueles dias longos corriam, pareciam escadas íngremes, tontos, sem alguém para segurá-la e ampará-la no tempo.
Ela tinha medo dos escritos, tinha medo da escada, de abraços, fugia dos olhos dos outros, com medo de perceberem suas fraquezas
Queria parecer forte, e a força inventada nem sabia de onde surgia.
Era inventada.
Crítica.
Vinha um sobressalto e corria para os escritos como para uma jaula, como para uma caixa.
Queria se esconder ou que a esquecessem por uns dias.
Alguns poucos. Para sentir falta da atenção e buscar novamente a crise que parecia um vício
( o de matar suas histórias sem ninguém para impedí-la)
Percebia que seus ouvidos não sensibilizavam, gostava da solidão das letras, tornava-se desejada nas suas histórias.
Era o seu modo de viver sem sofrimento, como se a protegessem.
Do nada e do tudo.

15 comentários:

Anônimo disse...

Vi,

Aplausos de pé.

Rafa

Anônimo disse...

Nossa, xará, esse texto é seu?
Muito bom, mesmo.

Anônimo disse...

"Ela tinha medo dos escritos, tinha medo da escada, de abraços, fugia dos olhos dos outros, com medo de perceberem suas fraquezas
Queria parecer forte, e a força inventada nem sabia de onde surgia.
Era inventada.
Crítica.
(...)
Percebia que seus ouvidos não sensibilizavam, gostava da solidão das letras, tornava-se desejada nas suas histórias.
Era o seu modo de viver sem sofrimento, como se a protegessem.
Do nada e do tudo."

C'est moi.

Anônimo disse...

Você botou o cartaz do De Tanto Bater aí do lado, ai, ai...
Amo esse filme, aquele final absurdo, tocando piano com as mãos sujas de sangue...
Baixei outro filme com o Romain essa semana, Dans Paris, estou cada vez mais apaixonada por ele...
Tem uma cena que eu revejo toda hora e toda vez me dá vontade de chorar :(

Anônimo disse...

Viveca Linspector, vc está se superando...
Muito legal!
Bjo

Raphael Neri disse...

sabe o que é mais angustiante?
é saber que está tudo dentro de você, numa dança constante e frenética - e quando você tenta segurar, escapa por entre seus dedos...

Anônimo disse...

: )

Anônimo disse...

Veca, não importa o caminho e nem o q foi dito, o q importa é q, qqr q seja a seu ponto de vista, estaremos sempre falando da mesma coisa. Da gente.

bjao e saudades.

hehehe

eu te entendo até do avesso.

"Do nada e do tudo.
Era o seu modo de viver sem sofrimento, como se a protegessem.
Percebia que seus ouvidos não sensibilizavam, gostava da solidão das letras, tornava-se desejada nas suas histórias.
Alguns poucos. Para sentir falta da atenção e buscar novamente a crise que parecia um vício
( o de matar suas histórias sem ninguém para impedí-la)
Queria se esconder ou que a esquecessem por uns dias.
Vinha um sobressalto e corria para os escritos como para uma jaula, como para uma caixa.
A Crítica?
Era inventada.
Queria parecer forte, e a força inventada nem sabia de onde surgia.
Ela tinha medo dos escritos, tinha medo da escada, de abraços, fugia dos olhos dos outros, com medo de perceberem suas fraquezas.
Aqueles dias longos corriam, pareciam escadas íngremes, tontos, sem alguém para segurá-la e ampará-la no tempo.
Era como se elas fugissem dela, não quisessem se sufocar nas mãos nervosas
E rabiscava tudo, desenhava histórias confusas e rasgava de novo.
Afundava naquele mundo seu, mesmo que colorido, mas com cores que ela não conseguia tocar.
Havia dias em que não conseguia emitir uma palavra dita, não ouvia nada que não interessasse.
Rabiscava o papel rapidamente, ía e voltava em pensamentos, saturava.
E ela escrevia como se gritasse consigo mesma."

Anônimo disse...

Viveca...como faz pra botar imagens de capas no blog??Fiz tudo certinho mas não ta rolando... : (
Vc é ninja...diz ai pro Braguinha vai!!!!bj

Rick

Anônimo disse...

Naaaanda!!!eu ja fiz isso!!!Mas fica girando aquela paradinha toda vida fazendo upload ate o infinito rey...rsrsrsr....quem aguenta????Abre o jogo pro Braguinha vai!!!Bj

Anônimo disse...

wheeee!!! Viva!!!

ótimo texto amiga! coisa fina!

bjomeliga

Anônimo disse...

Eu não tenho nem palavras para expressar o quanto essas palvras tem forças, são marcantes...
Rapaz, você é sensacional Viva! Não existe viu?!
Eu viajei em cada palavra que eu lia... Ia em minha alma e fazia-me refletir sobre várias situações...
Você é demais Viva!
Parabéns!!!!
Beijos

Anônimo disse...

Você se supera! Nossa, dessa vez sem comentários.

Marcos Siqueira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcos Siqueira disse...

Bom mesmo, Viveca!
Expressou o que muita gente sente.