sábado, 15 de abril de 2006

O ócio não-criativo

Por Viveca Santana

Ah! os feriados... sempre com consequências arrasadoras para os que não viajam e não têm absolutamente nada para fazer. Há quem tente ensaiar a leitura daquele livro guardado faz um bom tempo e que descaradamente está lá nos “Preferidos” do Orkut, como um dos queridos e amados. Ou aquele que tenta ter o seu dia de faxineira e planeja arrumar o quarto em escombros. Ou os saudáveis que acordam bem cedo, com toda a parafernália de praia, a família e mais o cachorro, felicissímo em poder enterrar o focinho na areia.
Como sempre, acabei acordando muito tarde, ainda com aquele gosto de sono nos lábios (procurando um motivo para levantar), com uma xícara imensa de café amargo, visão ainda embaçada, indo em direção do computador com o desejo de escrever algo interessante.
Obviamente passei pelas etapas básicas: olhar o Orkut, o e-mail e as conversas frívolas do msn (acabaram com as necessidades sensitivas) - para os que não foram lembrados e carentes, resta o desolamento e a corrida por enviar scraps para alguém responder.
Estas situações tediosas servem pelo menos para pensar nas coisas mínimas que deu pra esquecer no cotidiano, no que você não vai fazer nunca mesmo, ou para acabar com seu dia, lembrar de todas as frustrações que se tem. Descobri neste último que tenho algumas, bem simplórias, tipo vontade de aprender a tocar guitarra de verdade ou aprender a dirigir sem matar ninguém ou trangredir alguma lei (também tem a lista de livros que comecei a fazer, na intenção de um dia ler, algumas coisas novas que ouvi, e que depois eu postarei aqui ).

Pausa.

Nada na TV. Descobri que nem penteei o cabelo... realmente a melhor opção é escurecer o quarto e voltar a dormir.