quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cruzando o paraíso

Xico Sá

Por ti chorei lágrimas de rodoviária, lágrimas com poeira de estrada perdida, lágrimas e poeira que viraram maquiagem de lama, tijolos d´alma, emendei lotações e fronteiras, gastei botas, máscaras, joelhos... e contei passos de crimes & castigos, por ti esperei em hotéis baratos do centro, porta aberta, mão no coração, faca no peito, por ti bebi como uma mosca caricata de boteco, fiz lirismos chinfrins em guardanapos, sempre começando assim “por ti” etc e algum verbo que representasse um esforço da porra ou o mais puro exibicionismo de uma dor tão gasta que nem já combinava mais com os meus drinques caubói nem muito menos com as minhas elegantes vestes rotas da mendicância, ah, o seu orgulho não vale uma canção triste de Roy Orbison.

5 comentários:

brown bunny disse...

''uma dor tão gasta que nem já combinava mais com os meus drinques caubói''

phoda,

vc traduzindo o que eu to sentindo.
bjo!

Luisa Chequer disse...

Não sei pq me identifiquei taanto! ehehehee
LINDOOO!

Marina disse...

Uma dor com poesia.
Fica mais leve...
Deixa feliz quem lê.
Consola, né?

E o poeta, é um fingidor?

Hm... rs

Bjos

Paulo Bono disse...

O Xico é foda. E você é Soda.

abraço

Unknown disse...

Quem é Xico, baby? Menino mau!
Saudades das suas artes.
Beijos...