sábado, 13 de junho de 2009

"Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, e mesmo assim insisto - meus gestos e palavras são magrinhos como eu, e tão morenos que, esboçados à sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha."

8 comentários:

Manuela PS disse...

"As pessoas delicadas são aquelas que a cada ideia ou gosto juntam muitas ideias ou muitos gostos acessórios. As pessoas grosseiras apenas têm uma sensação; a sua alma não sabe compor nem descompor; não juntam nem retiram nada ao que a natureza fornece: ao passo que as pessoas delicadas no amor criam elas próprias a maior parte dos prazeres do amor.

Baron de Montesquieu, in 'Ensaio Sobre o Gosto'

Miga só tenho a dizer que Delicadeza é fundamental.. logo você é fundamental tb...

Bjim

Anônimo disse...

Pode parecer ridículo, mas há um ditado popular que resume o que eu penso: "...é como dar pérolas à porcos..." Dê a delicadeza a quem sabe apreciá-la. Não há como encontar delicadeza nos brutos. Talvez um gesto menos bruto, mas não delicado.

Beijo

Emilia Medina disse...

Delicada sempre...
Frágil? ah! isso nunca.
te amo, Emi

Rafael Paschoal disse...

Quem não fica cautelozo depois de um belo tombo, não é mesmo?

Bom mesmo é levantar-se, sacodir a poeira, limpar os joelhos e ver que tudo pode ser ainda melhor!

Mariana disse...

adorei o seu blog! achei o título interessante, gostei dos textos.Vou acompanhar!

brown bunny disse...

"Sometimes it hurts me
to feel so much tenderness...
beautiful" [aimee mann]

lindo texto.
um bjo

Moca disse...

...e como não?

beijão!

Laert disse...

Somente a sensibilidade enxerga a sensibilidade. Talvez a expectativa de ser notado, sem resultado, seja a maior dor dos sensíveis.

Em contrapartida, cortar o fino fio que vibra em ambas as direções torna-o insensível.

Caio Fernando Abreu, em correspondência ao amigo José Márcio Penido, escreveu que o ato de escrever de verdade é como meter o dedo na garganta e vomitar suas inquietações ou criações.

Você vomita que é uma beleza, Veca.