Por Viveca Santana
Olívia tinha idéias que ninguém tinha.
Agora perto dos 4o anos, parecia uma menina com mais idéias ainda, uma versão da Emília do Lobato com sotaque nordestino. Vivia numa cidade bem grande. Grande somente perto do tamanho dela.
Os prédios altos da cidade de São Paulo, às vezes engoliam suas reinações, os dias cinzas misturados, confundiam a sua cabecinha, agora de cabelos lisos e negros, pintados como deviam ser antes.
Nas conversas de amigos, Olívia era menção constante : tornou-se figura folclórica no Riacho Fundo, no Rio Vermelho, nas mesas de bar, nas praias do Norte.
Os convescotes não eram mais os mesmos, diante da falta dos seus trejeitos teatrais, do jeito que segurava o cigarro entre os dedos, dos seus levantes nas pontas dos pés, em momentos de raiva. Crescia e se tornava um gigante, como os das histórias dos livros empoeirados de sua estante.
Olívia agora vivia só. Numa casinha como ela queria, perto da sua poesia, sua.
O tom que via da sua janela agora era gris, mas era seu.
[...]
Olívia tinha idéias que ninguém tinha.
Agora perto dos 4o anos, parecia uma menina com mais idéias ainda, uma versão da Emília do Lobato com sotaque nordestino. Vivia numa cidade bem grande. Grande somente perto do tamanho dela.
Os prédios altos da cidade de São Paulo, às vezes engoliam suas reinações, os dias cinzas misturados, confundiam a sua cabecinha, agora de cabelos lisos e negros, pintados como deviam ser antes.
Nas conversas de amigos, Olívia era menção constante : tornou-se figura folclórica no Riacho Fundo, no Rio Vermelho, nas mesas de bar, nas praias do Norte.
Os convescotes não eram mais os mesmos, diante da falta dos seus trejeitos teatrais, do jeito que segurava o cigarro entre os dedos, dos seus levantes nas pontas dos pés, em momentos de raiva. Crescia e se tornava um gigante, como os das histórias dos livros empoeirados de sua estante.
Olívia agora vivia só. Numa casinha como ela queria, perto da sua poesia, sua.
O tom que via da sua janela agora era gris, mas era seu.
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8 comentários:
Que saudade dessa boneca, tomara que aquela pilha nunca descarregue.
Quanta poesia para uma leitura do cotidiano. Adorei!
Uau!! O nome dessa pessoa deveria ser Oliveca pois, possui praticamente as mesmas características de uma pessoa que conheço, exceto os 40 anos...
Será que alguém se habilita a dizer quem é?
Talvez, Rafa, a idade esteja se referindo ao acúmulo de experiências que se consege em 40 anos por uma pessoa "convencional".
Ela vive em outra velocidade.
Ouvi elogios sobre seu blog, Veca. E concordei com todos eles.
oi vivequinha, seu carinho e suas doces palavras encheram meu coração de alegria e saudade. Grande beijo, c.
eu acho que conheço essa personagem. em quatro ou cinco mesas de bar, deu pra entender um pouquinho dela.
adorei o texto, nizi!
Meu amor, como as pessoas te conhecem. Oliveca deveria se chamar a personagem, concordo Rafa.
Lindo texto!! Bjo
Viveca, já tô fã do seu blog. Já está nos meus favoritos! Mas faltou uma obs. importante na sua croniquinha: (Olívia)Emília do Lobato era única por ter um coração quase de pedra... um ego de enlouquecer qualquer visconde (vai por isso, nas histórias do Lobato, ele era TÃO apaixonado por ela. COITADO). Vc., por acaso, conhece algum "visconde" na vida real? Eu, sim. UM MALA.
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